quarta-feira, 30 de março de 2011

Boas notícias!

Hoje tenho motivos muito bons para ficar feliz! Os enjôos já são mínimos e meu novo tratamento foi aprovado pelo plano de saúde!
Falando em plano de saúde temos que ser justos: ele tem sido perfeito e me assistido em tudo. Muitos reclamam de seus planos de saúde, mas eu tenho que agradecer a tudo que ele tem me permitido, me dando todos os recursos para lutar. Agradeço à CASSI por isso!
Quanto ao novo tratamento, tenho muita esperança de que me traga mais qualidade de vida. Os medicamentos a serem utilizados são a carboplatina e paclitaxel e terei que receber aplicações apenas de 21 em 21 dias. Nem acreditei quando o médico me disse isso. Já significa um sofrimento a menos não ter que uma semana depois da primeira aplicação do ciclo fazer exame de sangue e aplicação novamente.
Ao saber do novo tratamento fui para a internet pesquisar e, como sempre, me arrependo disso. O que encontro sobre câncer de pulmão na internet me tira quase que totalmente a chance de viver. Já tinha prometido para mim mesma que não ficaria pesquisando mais. Todos os médicos que consultei disseram que eu não deveria pesquisar pois cada caso é um caso e meu caso tem um prognóstico ótimo.
Quero muito viver e se depender de mim vou lutar muito!!! Por isso, vou vivendo cada dia no seu dia, buscando dar energia ao meu corpo para que ele reaja sempre.
O que sinto realmente é que o tratamento terá 100% de resultado positivo e estou caminhando para isso.
Compartilho com vocês minha alegria de hoje e agradeço a torcida!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Aguardando melhoras...

Continuo com muita esperança de que o enjôo vai passar. Hoje ainda amanheci com ele, mas não perco a esperança.
Segundo o médico o novo medicamento deve amenizar bem isso tudo. Tomara mesmo, muito difícil me alimentar corretamente enjoada deste jeito.
Bom mesmo é quando durmo. Tenho tomado remédio para dormir pois andava acordando demais durante a noite e, muitas vezes, acordava de madrugada e não conseguia dormir mais. Tenho procurado também dormir um pouco a tarde. Dormir é o descanso de tanto mal estar. Quando durmo saio até mesmo da realidade de estar doente. Em meus sonhos o câncer jamais está presente.
Apesar do mal estar posso dizer que estou melhorando. Já consigo fazer algumas coisas em casa, poucas, mas já ajudam. Confesso que, as vezes, nem escrever aqui consigo. Preciso achar bons momentos para isso.
Meu marido tem estudado bastante sobre o câncer e tratamentos alternativos e algo interessante surgiu. Quem se interessar pode acessar:
http://www.escozul-cancer.com/
É sobre um tratamento desenvolvido pelos laboratórios estatais de Cuba. Muito interessante.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Agradecer é preciso...

Fiz o exame na quarta e meu exército estava lá (mais de 4000 leucócitos). O grande problema é que estou tremendamente enjoada, tanto que ontem na aplicação cheguei a vomitar, coisa que nunca tinha acontecido em meio a alguma aplicação.
A gente sempre acha que o pior já passou, mas quarta e quinta foram dias muito difíceis. Muito mal estar. Graças a Deus vamos mesmo trocar o medicamento da quimio. Minha surdez continua e o zumbido no ouvido é persistente, só me abandona quando durmo.
Hoje amanheci um pouco melhor, com medo até de me movimentar e o enjôo todo voltar. Acho que pelo menos vou poder fazer alguma coisa em casa para me distrair.
Uma coisa tenho que agradecer. Tenho muitos anjos do meu lado: minha mãe que me ilumina todos os dias; meu marido que é o amor da minha vida e está sendo um parceirão em todos os meus momentos; meus filhos e meu futuro genro que sempre que podem estão me dando apoio e carinho; meu segundo pai que está sempre querendo notícias minhas e sempre que pode vem me ver. Não posso esquecer do meu médico que, assim como já ouvi falar, é o melhor. Além disso estou descobrindo que temos muitos amigos, daqueles que nos apoiam nas horas realmente necessárias: agradeço a todos os parentes e amigos que têm se manifestado de alguma forma. Isso tem sido muito importante para mim!
É por tudo isso que encontramos motivação e forças para ir em frente.
O pedido de mudança da medicação foi feito ontem e agora temos que aguardar a autorização do plano de saúde. Vou ficar aqui na torcida e também na esperança que este mal estar vá embora e me dê pelo menos uns 10 dias de vida quase normal antes da próxima aplicação que será dia 8 de abril.

terça-feira, 22 de março de 2011

Mudança de planos

Recebi logo cedo um telefonema. Era da clínica passando minha próxima consulta e aplicação para quinta (ao invés de sexta). Isso me deixou ansiosa, pois como vou recompor meus leucócitos (os guardinhas que me defendem das doenças) em apenas 2 dias?
A aplicação anterior de gencitabina teve de ser adiada dois dias por eles não estarem prontos para me defenderem. O problema é que com tanto enjôo fica muito difícil comer e sem comer, nada de fortalecê-los...
Já comecei logo cedo tomando um complemento alimentar. Amanhã a tarde faço exame de sangue e preciso que meu exército de leucócitos esteja com mais de 3000 soldados... hehehehehe. Vou conseguir!
Já estou no terceiro ciclo de aplicações e ainda não estou careca. (ufa!!!) Meus cabelos estão caindo, mas aos poucos e como tenho muito cabelo, pode ser que o tratamento acabe e meus cabelos não! Sorte a minha não é?
Na próxima consulta vamos ter de pedir a troca dos medicamentos para o plano de saúde. Desde o começo das aplicações estou perdendo um pouco da minha audição e isso pode se tornar uma coisa séria. Acho importante falar destes detalhes pois, para aqueles que estejam passando por tudo isso, é muito importante saber o que é possível acontecer. Já li vários blogs com experiências de outras pessoas e foi muito confortante saber que o que estou passando, outros já passaram e estão bem.
Lembrei de uma musiquinha agora que fica regendo minha vida: "comer, comer, comer, comer, é o melhor para 'sobreviver' " .

A história continua...

Quando descobrimos que temos câncer, achamos que tudo tem de acontecer imediatamente, mas descobri que não é bem assim. Temos tempo suficiente para que tudo aconteça, lógico que sem uma demora muito longa, mas não é agora que tudo vai acabar.
Eu com toda minha pressa tive um pouco de dificuldade de marcar o oncologista, não por culpa dele mas pela minha enorme pressa de viver.
Marcada a consulta começamos a caminhada. Foram vários exames para diagnosticar exatamente o que teria de ser feito. Fiz, inclusive, um ultrassom de torax para ver se o câncer não havia se espalhado e graças a Deus não encontramos mais nada!
Depois de todos os exames tivemos de aguardar a autorização do plano de saúde para que eu fizesse o tratamento. A autorização aconteceu e no dia 2 de fevereiro de 2011 fiz a minha primeira aplicação dos medicamentos.
Meu tratamento ficou definido como cisplatina+gencitabina.
Já na primeira aplicação de cisplatina passei muito mal. Vomitei 9 vezes e acabei parando no hospital para tomar soro. Foi como se levasse um soco no estômago! Sabia que iria ser difícil, mas não imaginava que fosse tanto! A gencitabina é aplicada uma semana depois da cisplatina, mas não traz grandes transtornos. O que sei é que depois da aplicação de cisplatina fico 2 semanas muito enjoada e com minha vida bem comprometida. Depois tenho uma semana que descanso e novamente vem a cisplatina (aghhhhhh).
Na sexta-feira passada fiz a minha terceira aplicação de cisplatina e vomitei apenas 4 vezes (estou aprendendo a conviver com minhas reações), mas o mal estar é imenso. O que me conforta nessas horas é que sei que tudo vai passar e eu vou conseguir me curar!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Amanhã é dia...

Pois é... amanhã é dia de aplicação (quimioterapia). Na verdade as aplicações de cisplatina são o grande desafio desta doença. O meu câncer não doi, não me obrigou a uma cirurgia e se não fosse o caroço no pescoço nem saberia que estou doente, mas a cisplatina me adoece realmente.
Os efeitos são terríveis e ao ir para a aplicação sinto como se estivesse com uma faca na mão e tendo que me cortar. Mas não estamos aqui para fugir dos desafios, não é mesmo?
Hoje a tarde faço o exame de sangue para ver se poderei tomar a aplicação de amanhã e amanhã logo cedo vou para a clínica. Tenho consulta as 8h 30m e logo após é a aplicação. Fico em torno de 8 horas tomando os remédios e no final da tarde volto para casa (já enjoada...). Passo em torno de 24 horas vomitando e depois fico por 2 semanas sentindo enjôos e sentindo uma dificuldade enorme de me alimentar, o que é essencial para que eu consiga vencer a doença.
Se eu for enxergar o mundo além de mim vou ver que o que as pessoas estão passando no Japão é muito pior do que a minha luta. Por isso, só tenho que agradecer a Deus por estar tendo a oportunidade de lutar dignamente pela minha vida.
Então, que venha a quimioterapia!!!

terça-feira, 15 de março de 2011

Resultado da biópsia

Os dias entre a biópsia e seu resultado foram os mais longos e difíceis que já  passei. Pensar que estava condenada, achar que não tinha nenhuma chance de viver, deixar meus filhos e meu marido... Uma coisa me preocupava muito: deixar minha mãe! Acho mesmo que quem mais se abalaria seria ela, pois somos muito ligadas. Em nenhum momento tinha medo por mim, mas só pelas pessoas que amo.

Neste período lí sobre o assunto na internet e tinha certeza que além de estar condenada teria que sofrer muito antes de morrer. Por tudo isso hoje digo que temos que ter muito cuidado ao acreditar em tudo que achamos na internet. Temos que ter certeza da seriedade da fonte encontrada. Além disso, somos seres únicos e cada caso é um caso.

No dia 17/01/11 saiu meu resultado da biópsia, depois de muita insistência ligando para agilizar o mesmo. Quando fiquei sabendo, pelo telefone, que o resultado estava pronto me descontrolei por alguns momentos e nunca tremi tanto!

Eu e meu marido fomos no laboratório e me sentei para ler o resultado. Lá estava: "Neo metastático de pulmão direito (adeno de lobo direito). CID C34.9". Foi muito difícil este momento... Mas depois de superado este primeiro impacto fomos nos encontrar com o cirurgião que havia feito minha biópsia e toda a paisagem se modificou.

O cirurgião me disse que  meu caso seria fácil de tratar (se isto que estou passando é fácil, tomara que eu não descubra o que é difícil! hehehe) . O fato é que nunca senti nada e meu corpo estava, até aquele momento, dominando a doença. Fui informada que não precisaria fazer nenhuma cirurgia e que com apenas quimioterapia eu poderia dominar meu câncer.

O cirurgião me indicou um médico oncologista, que depois de algumas pesquisas descobri ser um dos melhores e sai de lá leve e feliz. Meu mundo voltou a brilhar e descobri que não precisaria morrer. Depois disso quando dizia à alguém que tinha câncer era com um enorme sorriso estampado, pois Deus me permitiu lutar contra esse monstro chamado "câncer".

sexta-feira, 11 de março de 2011

Continuando a história

Voltamos à Belo Horizonte em 2 de janeiro e consegui uma consulta no dia 3 mesmo com um otorrino. Estava ansiosa e ai começaram os exames e consultas infindáveis...
Escolhi o otorrino em uma lista de conveniados com meu plano de saúde e que trabalhasse no hospital que escolhi para frequentar. (frequentar é ótimo, não é mesmo? quem é que gosta de frequentar hospital?).
Como em tudo na vida, fui iluminada ao escolher o otorrino. Excelente! Começamos ai a busca do que seria aquele caroço no pescoço.
Passei por vários exames como ultrassom do pescoço, onde foram detectadas "linfonodomegalias". Não era um único caroço, mas a união de vários linfonodos inflamados. Fiz também um raio X do pulmão que na visão do otorrino tinha uma pequena alteração, mas não senti nele uma preocupação maior com isso.
Como nada de mais anormal havia sido detectado ele me encaminhou para uma biópsia do caroço encontrado.
Passei então a me consultar com um cirurgião de tórax que ficou impressionado com a alteração no raio X e já me pediu uma tomografia de torax. Marcamos a biópsia e no dia marcado quando ele me atendeu já foi dizendo que já havia conversado com a pessoa responsável pela minha tomografia e que havia alguma coisa sim. Disse também que havia se surpreendido com o resultado e me deu algumas explicações sobre os linfonodos.
A biópsia foi feita e sómente alguns dias depois pude pegar o resultado da tomografia. Acho que nunca me esquecerei deste dia... Era um sábado e meu marido foi comigo buscar o resultado. Foi chocante enxergar um buraco no meu pulmão nas fotos e ler o laudo com suspeita de neoplasia com metástase. No momento que comecei a ler o resultado meu mundo caiu. Perdi meu chão e pensei logo nos meus filhos. Como ir embora deste mundo e deixar as pessoas que mais amo? Sim porque só consegui pensar que estava condenada.
Eu e meu marido nos abraçamos e choramos muito. Toda a nossa vida passava a ter outro significado despois daquele momento. Fomos para casa, reunimos nossos filhos (incluindo meu genro) e dissemos que eu tinha 90% de chance de estar com câncer. Foi um momento marcante pois minha filha estava com viagem marcada para a Espanha na próxima semana, para ficar 6 meses. A única coisa que eu pensava era que poderia não mais vê-la.

A história é longa... Continuo na próxima postagem.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Refletindo...

O câncer tem me ensinado muita coisa. Um delas é que não vou salvar o mundo e ele continua girando mesmo que eu pare. Nós mães temos a mania de achar que se não nos desdobrarmos ou fizermos tudo que nos cabe, o mundo vai parar de girar. Engano o nosso. Somos como todos e se paramos o mundo continua indo em frente, para nosso alívio.
Outro aprendizado é praticar a tolerância. Tudo é muito devagar no tratamento e cada dia é único. Hoje posso estar muito mal e amanhã amanhecer muito bem. Esperar que o tempo melhore tudo é um exercício de tolerância e paciência.
Uma coisa tem me preocupado. Desde o começo do tratamento tenho uma sensação de surdez em um dos ouvidos e um zumbido constante. Relatei isso ao médico e ele disse que se persistir teremos que mudar a medicação. Ja estou na quarta aplicação, no segundo ciclo e a sensação continua, agora mais persistente. Na próxima aplicação vou discutir com ele sobre isso.
Aproveitando a postagem, o feriado do carnaval foi muito bom. Fizemos uma viagem parando em vários lugares, mas senti que não tenho a disposição de sempre, fiquei muito cansada, mas já estou recuperada.
Na próxima postagem continuarei a história da minha doença.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Tentando começar...

Tenho tentado um início para contar a experiência que estou passando e, às vezes, emperro no relato de como tudo começou.
Hoje quero tentar.
Estavámos, eu e minha família, no dia 25 de dezembro de 2010, viajando à caminho de Guarapari. Na falta do que fazer e tentando me aliviar de um pigarro persistente comecei a tocar meu pescoço e percebi um caroço perto da clavícula esquerda. Aquilo me assustou. Tentei encontrar outro igual do outro lado e não consegui. Guardei aquilo para mim e não comentei com ninguém, mas fiquei cismada.
Nos programamos para ficar em torno de 8 dias em Guarapari e apenas lá pelo terceiro dia toquei no assunto com meu marido e meus filhos, sem dar muita importância. Mas por dentro estava muito preocupada.
Mais no final da viagem, acabei demonstrando para meu marido a grande preocupação que me afligia e ficamos ansiosos para voltar a Belo Horizonte e fazer logo uma consulta.

Acho que é um princípio... Tenho lido alguns blogs contando a experiência de outras pessoas e tem sido muito importante pra mim. É confortante saber que não estamos sós e que o que passamos é normal e não um caminho desconhecido.